sábado, 27 de fevereiro de 2010

Diva


De que serve ter coração e não ter o amor de ninguém...Vivo de saudade amor, a vida perdeu fulgor, como o sol de Inverno, não tenho calor...

Charles II e Catarina de Bragança

Tudo começou com o meu interesse em saber mais sobre Catarina de Bragança, a infanta portuguesa que casou com Charles II, e se tornou rainha de Inglaterra, em 1662. A união era importante para Portugal porque, casar uma princesa portuguesa com um rei inglês, era uma forma de reafirmarmos a nossa independência de Castela, e 'obrigarmos' a Europa a fazer o mesmo.
Pouco depois, a jornalista e escritora Isabel Stilwell publicou uma excelente biografia sobre Catarina de Bragança, que vem complementar o conhecimento sobre esta figura histórica. As fontes britânicas falam da rainha portuguesa após a chegada a Inglaterra, classificam-na como uma figura franzina, apagada e pouco atraente. A biografia de Isabel Stilwell fala da infância de Catarina, do período histórico e dos desafios que se colocam a Portugal, e da relação da rainha com Charles II. É verdade que o monarca vivia rodeado de amantes. Mas também é verdade que nunca se divorciou da rainha portuguesa, apesar de poder fazê-lo, visto que Catarina de Bragança nunca conseguiu engravidar. A corte e o parlamento tentaram influenciá-lo nesse sentido, mas o rei nunca quis seguir esse caminho, respeitou a rainha à sua maneira, e ficou casado com ela até a morte dele. A série da BBC retrata de forma intensa, e interessante, este período histórico. Devo dizer, no entanto, que a actriz que interpreta o papel de Catarina de Bragança fala muito mal português (com erros), e a poderosa BBC poderia ter dispendido mais umas libras para fazer bem essa parte, ou então convidar uma actriz portuguesa para entrar na série.
O livro é um excelente romance histórico, que utiliza uma vasta bibliografia. Ao contrário do que se diz, não foi dona Catarina de Bragança que introduziu o hábito do chá inglês. Esse hábito já havia, mas tornou-se refinado. O chá bebia-se em chávenas de cerveja. Com a chegada de Catarina, e o seu gosto por beber chá, passou-se a utilizar chávenas de porcelana.
Porque a vida continua, e não me apetece nada falar sobre a tragédia da Madeira...

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Um solzinho

Para desanuviar a nuvem negra desta semana. Confesso que andei sem motivação mas volto em breve. Obrigado a todos pelas mensagens, e-mails e telefonemas!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Sant'Eustachio

Os meus alunos são os melhores do mundo. Com tanto elogio que faço a Itália, as italianas e italianos enchem-se de orgulho. A Livia, que é de Roma, sabe da minha paixão pela cidade, e o que eu gabei o café do Sant'Eustachio. Cremoso e saboroso como só lá. Vá que se lembrou de me trazer uma caixa de chocolates do Sant'Eustachio, cada bolinha com um grão de café no meio. São deliciosos e fortes, só para depois do almoço. Sim, porque à noite pode convidar a insónias. Que fofinha!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Wasabi

Numa tarde de fomeca repentina, lembrei-me que já não comia sushi há algum tempo. Dei então um pulo ao Japanese Center, em Picadilly, para comprar sushi fresco para o jantar. Um amigo também com fomeca acompanhou-me. Quando estávamos na fila para pagar, havia snacks junto à caixa de pagamentos e um deles era um saquinho com Wasabi. Parecem ervilhas, disse eu. Acho que nunca comi. Ele então insistiu que comprasse, 'é um óptimo snack, e estás com fome, compra, são docinhas como as ervilhas e, mais importante, um snack saudável etc'. Achei que era insistência a mais e não comprei. Ao sair da loja, ele confessou que Wasabi é tipo fogo, escalda e arrepia que nem pimenta... Com amigos destes...

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Sonhos vs scones

Do Carnaval não sinto falta nenhuma. Não acho muita piada, apesar de já ter participado em desfiles. Mas dos sonhos da minha mãe (tradição de Carnaval madeirense), regados com mel de cana, tenho saudades. E muitas!!!

P.S - Mas não me posso queixar pois, recentemente, comi uns scones maravilhosos, com creme e doce e chá e tudo e tudo e tudo!

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

MSN

Na avalanche que é o meu dia a dia, normalmente atribulado e dando resposta a vários assuntos ao mesmo tempo, perdi o hábito de ir ao messenger com regularidade. Por essa razão, já adicionei endereços que não sei de quem são, pelo simples facto de que posso não me lembrar da pessoa e até conhecer.
Um dia destes, quando abri o msn, um tal de duarte100g, ou lá o que seja, meteu conversa mas não percebi a frase. Aliás, aquilo não era frase nenhuma. Era mais um 'olx ons xtas kem ex'.
Imediatamente percebi que falava com um ser nascido pós 1986. Pedi que escrevesse português, ao que me respondeu com um palavrão, mas insistia em saber onde eu estava.
Mandei-lhe o palavrão de volta (género vai tu), chamei-o zarolho analfabeto e apaguei-o antes que tivesse tempo de responder. Senti-me super poderosa... Conclusão: esta geração pós 1986 não vai saber escrever português, se continuarem com aqueles hieróglifos que nem o diabo entende. Ou então estou a ficar velha, ou então ele era zarolho... How funny!!! LOL

P.S - Este é o meu 'post' número 400!!!

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Toilet inspiration...

Hoje conheci uma pessoa que se chama Nishit!!! Já tinha conhecido uma Sanita, mas hoje foi para além do imaginável...

P.S - Contudo, porém, podemos sempre pensar que o Ni é a negação da merda...Bom fim-de-semana a todos...LOL

Patrick and Lisa

Tive a (in)feliz ideia de ver, há uns meses, uma entrevista da grande jornalista americana, Barbara Walters, ao actor Patrick Swayze e à mulher, a bailarina Lisa Niemi. Falou-se do casamento de ambos, da vida em comum, dos projectos, do ter ou não filhos e, claro, da doença do actor. Fiquei arrepiada com o testemunho de Patrick, com a forma corajosa e tão digna como falava da doença, da sua relação com a mulher e do futuro. Barbara Walters fez a difícil pergunta a Lisa Niemi de se já tinha pensado em como iria encarar a vida caso Patrick não resistisse aos tratamentos... Claro que foi seguida de um silêncio, gaguejos e lágrimas... Também não me aguentei, e fartei-me de chorar. Uma entrevista pesada e ao mesmo tempo libertadora. Eram um casal modelo em Hollywood, tiveram um casamento com altos e baixos, mas estiveram juntos até que a morte os separou...

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Dona Beja de Araxá (1800-1873)

Dona Beja: a santa e a puta. Um género de Evita do seu tempo. A biografia de Agripa Vasconcelos é uma obra valiosa, para quem pretende entender e aprender sobre esta figura do século XIX do Brasil mineiro.
Ana Jacinta de São José(seu nome de registo) nasceu em 1800, em Formiga (Estado de Minas Gerais), no seio de uma familia de classe média. Filha de pai desconhecido, a gravidez da mãe causou grande preocupação e vergonha na família, pois eram respeitados junto da sociedade local. Após a morte da avó, o avô e a mãe de Beja decidem deixar Formiga e mudar-se para Araxá, para apagar o pecado do passado e começar de novo. Beija tinha 5 anos.
O avô compra uma pequena propriedade, era dono de alguns escravos e cria a neta juntamente com a mãe, e até a morte da mãe, que falece ainda jovem. A partir daí, Beja cresce sob protecção do avô até se tornar uma bela moça, cobiçada pelos jovens da vila. É nessa altura que conhece António Sampaio, na catequese, o seu amor de infância, um filho de fazendeiros ricos.
Quando Beja tinha 15 anos, o ouvidor do rei português, Joaquim Inácio Silveira da Motta, também ele português, vem em visita oficial a Araxá, para se apresentar à sociedade. Conhece Beja no baile em sua honra e apaixona-se perdidamente. No dia seguinte, manda capangas matar o avô de Beja e raptam a jovem levando-a para Paracatu, também em Minas Gerais. Beja vive lá dois anos até que ambos perdem o interesse um pelo outro e, já rica, decide voltar a Araxá. Com ela leva todo o contéudo do palácio onde viveu com o nobre português, para além das jóias, ouro e diamantes oferecidas pelo amante e pela alta sociedade de Paracatu. A sua beleza era falada por todo o lado.
Beja era uma mulher forte mas melancólica. A morte do avô marcou-a para sempre. Chegada a Araxá, manda construir um palácio, uma chácara, onde viveu durante a maior parte da sua vida em absoluta luxúria.
O seu amado de infância, António Sampaio, estava casado e as mulheres de Araxá não suportavam a sua beleza e os magníficos olhos verdes. Começa então a receber homens em casa, ricos, que lhe tornaram ainda mais rica. Torna-se prostituta de luxo, sendo a sua fama nacional. Vinha gente de todo o lado para ver Beija, mas ela era muito selectiva e só recebia quem queria.
Beja tinha um coração nobre, ajudou muitos pobres e na sua casa realizavam-se verdadeiras tertúlias com a nata do seu tempo. Políticos e intelectuais que admiravam não só a sua beleza mas também inteligência e trato fino, apesar de ser analfabeta.Reata uma relação com António Sampaio mas anos depois dispensa-o. Ele não lhe perdoa e manda capangas espancá-la. Ela nunca admitiu saber quem foi o responsável pelo espancamento, mas fez questão que António Sampaio pagasse a vingança com a vida.
Beja teve duas filhas. Uma de António e outra de João Carneiro de Mendonça, filho de um madeirense. As filhas chamavam-se Teresa e Joana.
Casou as filhas cedo, com homens de famílias ricas. Após 25 anos de 'vida má', como dizia, decide vender tudo em Araxá e viver em paz e no esquecimento. Vai para Bagagem, a sua última morada, viver próximo da filha Joana e dos netos. Nessa altura, Bagagem era um poiso de vagabundos e gente à procura de riqueza fácil, através da extracção de diamantes. O ambiente no local não era o melhor, com muitos bandidos. Muito diferente da calma de Araxá. Beja morreu de velhice aos 73 anos.
Para a história fica o fascínio que despertou, devido à sua beleza, o poder que tinha junto das autoridades, e da ala masculina, e a fama que deu à água da fonte da Jumenta, em Araxá, que dizia fazer rejuvenescer. Hoje está provado que são águas de grande qualidade. Em Araxá, é possível visitar ainda a casa de Beja tal como foi construída, e o museu com alguns dos seus pertences.
Outra curiosidade, e segundo algumas pesquisas, é o facto de o pai de Beja poder ter sido um padre açoreano que emigrou para o Brasil. Provado está que a sua filha Joana era neta de um madeirense.
Apesar da recente polémica com a actriz Maitê Proença em Portugal, tenho que admitir que não poderia ter sido escolhida melhor actriz para representar Beja, na novela dos anos 80. Pela descrição do livro, acredito que a beleza de Maitê esteve à altura da verdadeira Ana Jacinta de São José.
E pronto, matei parte da minha curiosidade, e aprendi também imenso sobre o povoamento de Minas Gerais. A outra parte será saciada quando viajar até Minas e visitar todos estes sítios!

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Notas soltas

Carlos Queiroz andou aos socos com um comentador desportivo. Justifica-se na SIC, diz que acontece entre amigos quanto mais entre pessoas que se conhecem há 20 anos(perfeitamente normal andar aos socos com um comentador). E esta "tristeza" vai levar Portugal à África do Sul.

Victor Constâncio - aquele que não sabe, não viu, acha que fez, não reagiu, talvez não tenha percebido, talvez não tenha acontecido, disse mas não fez - no que toca às falcatruas dos Bancos. Porque há cargos de responsabilidade em que essa mesma responsabilidade é para os outros. Este senhor - o intocável/virgem/imaculado - vai ser vice-presidente do BCE.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Laura Bassi

Quando visitei o museu da Universidade de Bolonha, muito rico no que toca a ciências e físico-química, vi um quadro de uma 'donna' que me intrigou. Era Laura Bassi, e dizia que foi a primeira mulher a leccionar numa universidade. 'Apontei' o nome no telemóvel, como faço tantas vezes, para me dar tempo de investigar mais qualquer coisa.
Laura Bassi nasceu em Bolonha em 1711. Foi cientista e a primeira mulher a leccionar num colégio universitário. Nasceu numa família abastada e em 1731 tornou-se professora de anatomia, na Universidade de Bolonha, tinha 21 anos, integrando igualmente a Academia das Ciências. Casou em 1738 com um colega também professor e tiveram 8 filhos. Depois disso, começou a trabalhar a partir de casa, a fazer investigações, e pressionou a Universidade a lhe aumentar o salário, de modo a ter mais condições para fazer o seu trabalho. Um acto ousado para uma mulher da altura. Era uma admiradora de Newton e divulgou as suas teorias, durante os 28 anos em que deu aulas de física.
O papa Benedito XIV convidou-a a integrar um restrito grupo de 25 académicos que faziam parte dos Benedettini. A decisão foi contestada, pois era a única mulher no grupo. Publicou diversos artigos académicos e ficou como regente do departamento de Física da Universidade de Bolonha, em 1776, sendo o seu marido assistente. Uma mulher muito 'a frente.

Gym

E se é verdade que notei que, no início de Janeiro, o ginásio estava mais cheio, e era difícil encontrar máquinas disponíveis, a enchente tem vindo a diminuir.
Parece que muita gente já anda a abandonar a resolução de ano novo, de fazer mais exercício físico.
Suspeito que é só até o tempo melhorar. Logo que haja umas abertas, vai haver nova enchente de meninos e meninas a preparar o corpo para o Verão...

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Avatar

O tema não faz o meu género. Ficção científica e outros mundos não são argumentos que me atraiam. Na primeira meia-hora começei a sentir falta de ar, mas aos poucos vamos nos envolvendo no argumento e, independentemente do resto, Avatar é uma grande producção. Faz-nos também reflectir sobre a invasão humana e a atitude infestante. Aconselho vivamente. E estes dois (na foto) fazem um casal tão cutchi cutchi!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

O sol e a falta dele...

Este frio que não mata mais moí, entra pelos ossos tal qual uma avalanche e já começa a chatear. Ter neve é giro se se puder ficar em casa. O frio é reconfortante se estivermos envolvidos numa manta quente, de chávena na mão e com um bom livro/filme. Ora, como se tem de trabalhar, apanhar transportes e viver, o frio vai perdendo a piada que não ousa ter.
Saudades de dias solarengos e roupas leves. Saudades da semana que passei na Turquia o ano passado, num hotel excelente, com sol todos os dias, trapos de Verão, céu azul imenso e a dormir até quando apetecia... Talvez porque sei que este ano não vou ter semana igual, ao sol e sem fazer nenhum... Programas familiares requerem a minha presença. É esperar que a semana ao sol regresse no próximo ano. Nos entretantos, vai-se a casa e pode ser que ainda haja uma escapadela de última hora...

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

TAP

E quando menos esperava, lá vou usar a Trapalhada Aérea Portuguesa outra vez. Atrasos monumentais, explicações por dar, e as lógicas sem lógica da TAP são o que me esperam. How cool is that? Arrrrrrgggggggghhhhhhh!!!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

RIP

Embora como pessoa tivesse um distanciamento e estilo formal (que roçava o pedante), Rosa Lobato de Faria escrevia muito bem. Gostei muito do que li. E o que interessa a personalidade/feitio, e quem sou eu para julgar. Rosa Lobato de Faria foi também uma boa compositora e argumentista. Portugal esta' mais pobre.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Tiger vs Elin

Li no outro dia que o Mr. Tiger Woods, rico, famoso e incapaz de ser fiel, está numa clínica para desintoxicação sexual. Ou seja, é viciado em sexo e precisa de tratamento. Quer tentar segurar o casamento. Quanto ao casamento, acho muito bem. Cada um sabe de si, e essa instituição é demasiado complicada para poder julgar e opinar. Se a mulher, depois de todas as infedilidades, acha que consegue recebê-lo de volta, ou quer tentar, ela é que sabe. 'O coração tem razões que a própria razão desconhece', não é mesmo? O que me intriga são estas justificações de viciados em sexo. Será que é mesmo um vício, tal qual uma droga? E a racionalidade humana? Afinal somos cães ou seres possuídos de razão/motivação?

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

OMG (o tempo voa...)

Hoje faz seis anos que cheguei a Londres.
Tempo de reflectir?
Talvez outro dia.
Tempo de celebrar?
Sempre!!!

Máxima/Happy


Quando vou a Portugal, aproveito sempre para matar saudades das revistas e jornais. Volto a Londres com dois ou três quilos de papel, de histórias e reportagens que vou 'devorando' pela manhã, e ao final da tarde, quando vou e regresso do trabalho. Sou leitora mais ou menos assídua da Máxima há muitos anos. A Happy é uma publicação mais recente, e confesso que os primeiros números me agradaram. Temas interessantes, alguns picantes, grafismo arrojado. Etc Etc. No entanto, nos últimos tempos, e na minha opinião, a qualidade dos conteúdos deixa muito a desejar. Nunca deixei de comprar a Máxima, comprava ambas. Mas para mim, sem dúvida, a Máxima é muito mais interessante.