segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Da fama e da trajectória

A quantidade de miúdos e adolescentes que têm como sonho ser famosos, mas não sabem porquê nem em quê, é algo que me intriga. Numa sociedade dominada pelo conhecimento supérfluo, e por uma crítica social de 'chacina nas redes', estes miúdos e miúdas sabem que querem ser famosos, gostam que lhes dêem 'likes' nas fotos e frases, querem chamar à atenção.
Não os vejo dizer que querem vir a ser bons profissionais, estudar medicina ou história, tornarem-se especialistas numa área, aprenderem sobre música, moda, costura ou artesanato, ser exímios em qualquer coisa. 
Quereria o Renato Seabra ser famoso? Claro que sim. E nessa trajectória de competição os meios justificavam os fins, iria tão longe quanto fosse possível, mesmo que tal incluísse se vender e fatiar, até à morte, uma figura pública. Era uma troca de favores, cada um daria o que o outro queria, e foi o que se viu.
Espero que o desfecho seja uma lição para a juventude que quer ser famosa a qualquer custo, (somos todos mais felizes sem os Relvas oportunistas do sistema) mas infelizmente tenho dúvidas que o desfecho trágico possa servir de lição.
Basta ver o que escrevem as pessoas que comentam as notícias, e a sentença, e apoiam o assassino Renato Seabra. «Coitadinho que caíu nas garras do malvado gay, que o desencaminhou». Coitadinho, como se fosse um 'puto de 12 anos', que não sabia o que estava a fazer, e agora vai apodrecer na cadeia 25 anos. Homofobia ao rubro.
Se os pais escrevem alarvidades destas, como é que podemos esperar que os filhos tenham valores?! Como diria o 'Migalha', 'isto é muito sinistro'!

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