sábado, 31 de dezembro de 2016

Feliz Ano Novo

2016 foi um ano estranho. De muitas perdas e muita dor, embora não fossem situações que me afectassem directamente. De há uns anos para cá parei de fazer balanços. Andava tão consumida pelas agruras que me afligiam, e pela dor que me causavam, que vivi bastante tempo em modo piloto automático. Lidava com o que tinha de lidar, respirava fundo e ganhava fôlego para as tempestades seguintes. Ontem fiquei com vontade de me sentar e reflectir. De escrever para mim, de me localizar no tempo e no espaço, e definir objectivos para o novo ano.
Ainda bem que 2016 está a acabar. Quero ver mais esperança no rosto e atitude das pessoas que amo, e para quem este ano foi murcho ou até violento. Da minha parte, prefiro pensar nestes dois momentos que me deram muita alegria em 2016: o nascimento do meu filho e a conquista do Europeu!

Resta-me desejar a todos boas entradas em 2017. Que seja um ano de boa saúde, muita perseverança e com momentos doces.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Feliz Natal a todos

O Natal é daqui a dois dias e este ano não estive muito por aqui. Mas continuo a gostar deste cantinho, mesmo que às vezes a porta esteja fechada ou entreaberta. É por isso que venho desejar a todos um Natal muito feliz, junto dos que amam, com paz e amor. E basta!

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Morden Hall Park - tão perto e tão bom



Agora que os dias andam quentes e risonhos, aproveitámos para ir passear ao Morden Hall Park, um parque muito simpático que fica a 10 minutos de casa. E, pelos vistos, é tão popular como pensávamos. Para além do extenso espaço verde, das pontes e cursos de água, o parque tem um café muito simpático, onde se pode almoçar, lanchar ou simplesmente comer um gelado, e uma livraria de livros usados grande e muito tentadora. É gerida por voluntários, quase sempre idosos. Havia muita gente a fazer piqueniques, a ler e a andar a pé, mas sem enchentes pois o espaço é bem grande. Gostei muito e temos de repetir!

domingo, 31 de julho de 2016

Casa

Casa é família. É lareira e mesa farta, é madeira e sofás fofos. É uma chávena de café quente, o cheiro a bolo no forno. Casa é cama, lençois lavados, sorrisos matinais, pão fresco, livros, muitos livros em todo o lado. Casa é conforto, é sul e norte, são noites de trovoada na cama. Casa é sossego!

sábado, 23 de julho de 2016

Tempos doces

Na quinta-feira, uma manhã inteirinha só para mim. Caminhada, compras e um spa-pedicure. Ontem, uma tarde na piscina, seguida de café e leituras. Sozinha e tão feliz!


sexta-feira, 8 de julho de 2016

segunda-feira, 4 de julho de 2016

DisUnited Kingdom

O Reino anda mais desunido que nunca. E eu com umas saudades imensas deste cantinho. 
Vim limpar a poeira. Mas nada prometo!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

O 'Paul' e as nossas padarias!

Uma determinada revista online escrevia, por estes dias, que a pastelaria francesa 'Paul' vai abrir na baixa de Lisboa. Já existia no aeroporto, mas agora fica ao alcance de muitos mais, no simpático centro da cidade. 
Até compreendo que a abertura destas cadeias, bem implantadas noutras grandes capitais europeias, nos façam sentir mais próximos dessas metrópoles e do conceito de 'aldeia global'. O Starbucks é outro exemplo. 
Mas vivendo em Londres há 12 anos, e sabendo da dificuldade que é encontrar um sítio simpático, onde se possa lanchar com a qualidade e diversidade que se tem em Portugal... Em cada rua -quase- há uma padaria/pastelaria de fabrico próprio, e de grande qualidade. Será que os meus compatriotas sabem a sorte que têm?
Ir ao 'Paul' pagar três vezes mais? Ir beber o café do Starbucks, que não chega aos pés dos nossos galões bem tirados? Estando de férias em Portugal nunca será opção para mim. Nem aqui vou ao Starbucks, acho o café do Costa e do Pret a Manger muito melhor.
Claro que não sou contra a abertura destas e de outras cadeias, geram alguns empregos e para os turistas são sempre pontos de referência. Mas espero que isso não implique, a médio prazo, o desaparecimento dos nossos espaços, tão bons e genuínos, e que estas modas não ofusquem o que temos de melhor. Das vezes que, em Londres, fui ao 'Paul' tomar o pequeno-almoço, foi sempre por ter saudades das nossas padarias, e não as ter por perto!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Jorge Amado, Paris e as meninas do Bataclan

Quando era pequena, ouvi falar da palavra Bataclan. Popularizou-se em Portugal depois da exibição da telenovela 'Gabriela Cravo e Canela', baseada no romance do grande Jorge Amado. Era a casa da lanterna vermelha, o cabaré onde as meninas se prostituíam. Durante anos ouvi a expressão 'putas do Bataclan', em outros contextos e quase sempre anedóticos. Nunca vi a telenovela ou li o livro, uma falha que tenho de corrigir.
O meu moço é sul-africano, filho de portugueses, e veio para Portugal já adolescente. Embora fale e escreva muito bem português, existem vários acontecimentos, tendências e músicas, dos anos 80, que lhe dei a conhecer. Faziam parte da minha infância em Portugal, e passaram-lhe completamente ao lado, por razões óbvias, na África do Sul, onde as referências eram bem diferentes.
Um dia falei-lhe das 'putas do Bataclan', e do enorme sucesso da telenovela. Isto muito antes dos recentes atentados de Paris, na também sala de espectáculos Bataclan. O moço chegou um dia a casa e disse: o que aconteceu em Paris é triste. Mas quando falam do Bataclan nas notícias, fico sempre com vontade de rir, que raio de nome...
Eu tenho uma teoria. Jorge Amado viveu imenso tempo exilado no estrangeiro, era comunista e foi perseguido no Brasil. Ele viveu em Paris de 1947 a 1950. O livro 'Gabriela Cravo e Canela' foi publicado em 1958. Penso que Jorge Amado usou o nome da sala de espectáculos parisiense para baptizar a casa de meninas da Bahia...

sábado, 16 de janeiro de 2016

Eça de Queirós - Maria Filomena Mónica

Levei uns meses para conseguir acabá-lo. Não porque não me prendesse, é aliás uma excelente biografia, incortornável mesmo para os fãs do escritor. A demora deve-se a outras leituras profissionais que se impõem, e vêm quase sempre acompanhadas de um prazo para executar qualquer coisa.
Gostei muito desta obra. Maria Filomena Mónica mostra ser uma investigadora de qualidade, ou não fosse uma académica, e os traços da personalidade de Eça, assim como os pormenores sobre a sua vida familiar, ajudam a perceber a sua visão do Mundo. Era português mas era sobretudo um cidadão do Mundo.
Outro pormenor de que gostei é que a autora quando não sabe, por não ter conseguido mais informação, não inventa. Pode dar uma interpretação mas explica ao leitor que a informação disponível era aquela, e que as divagações sobre o assunto não passam disso mesmo.
Não sabia que os últimos meses de Eça tinham sido tão solitários, e sofridos, devido à doença. Andou na Suiça para ser consultado por vários médicos, e viajou sozinho pois a esposa ficou em Paris a tomar conta dos filhos, dois deles estavam também doentes. Quando Eça regressa a Paris, estava muito debilitado. Emília, sua esposa, entra num pranto de lágrimas ao perceber que o marido estava pior, e não viveria muito mais tempo.
Se tivesse que destacar apenas um aspecto desta biografia, diria que fiquei com um grande desgosto por descobrir que todos os escritos pessoais de Eça estão no fundo do mar. Sim, isso mesmo. Após a morte do marido, Emília decide deixar Paris e regressar a Portugal. 
O recheio da casa onde habitavam, e onde se incluíam, para além dos móveis, toda a biblioteca de Eça, e os seus escritos pessoais, seriam enviados para Lisboa no navio Santo André. A 24 de Janeiro de 1901, o mau tempo na entrada em Lisboa fez com que o barco naufragasse. Para o fundo do mar foram quadros de Carlos Reis, Malhoa e Veloso Salgado, para além de um quadro de Columbano onde Eça era retratado. Que pena. Será que nunca tentaram encontrar o barco e recuperar alguma coisa? Não sei. Sei é que este episódio não me saíu da cabeça durante uns dias.