quarta-feira, 24 de março de 2021

Confinamento

O confinamento dura há três meses e não ponho os pés no escritório desde meados de Dezembro. Basicamente, fui de férias no Natal e não voltei. O trabalho tem sido a partir de casa, o que tem as suas vantagens. Não tenho saudades de passar quase 3 horas por dia nos transportes. Mas tenho saudades de ter liberdade. Por estes dias, liberdade significa fazer umas caminhadas, mais ou menos regulares, pelo meu bairro. A foto é da caminhada de Domingo, no centro da vila de Carshalton. 



terça-feira, 23 de março de 2021

O jardim e as raposas


Anda tão desprezado o meu jardim. Mas com o tempo a aquecer, vou começar a meter a mão na terra. Por agora, plantei alecrim e amoras. As raposas não nos têm dado descanso. Fazem visitas diárias e estragam imensa coisa. Vamos lá ver se este ano as tulipas se aguentam.

domingo, 21 de março de 2021

Quando vier a Primavera

Quando vier a Primavera,

Se eu já estiver morto,

As flores florirão da mesma maneira

E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.

A realidade não precisa de mim.

Sinto uma alegria enorme

Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma.

Se soubesse que amanhã morria

E a Primavera era depois de amanhã,

Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.

Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?

Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;

E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.

Por isso, se morrer agora, morro contente,

Porque tudo é real e tudo está certo.

Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.

Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.

Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.

O que for, quando for, é que será o que é.


Alberto Caeiro

Chegou a minha estação preferida!