Campanhas e promoções furadas

Quando era aluna de mestrado, na Universidade de Westminster, tivemos uma aula dedicada à promoção de destinos turísticos. Como utilizar o marketing, exemplos de boas e más campanhas, planeamento, atracção de segmentos de mercado, etc etc etc.
A determinada altura, o professor mostrou-nos uma lista de frases, que sintetizavam países. Ora, como é óbvio, não é fácil sintetizar, numa frase, tudo o que um país tem para oferecer, mesmo que a dimensão territorial seja pouco expressiva.
O professor deu vários exemplos, lembro-me de dois. A Nigéria promovia-se com a frase ‘Center of Africa’, e o Zimbabwe ‘Heart of Africa’. Não havia grande diferença, pois não?
Um pouco mais tarde, debatemos o impacto de acontecimentos negativos na indústria turística dos países (mais ou menos como está acontecer agora ao México, com a gripe suína).
O professor incitava a que participássemos, gerando discussão, e fiquei num dilema. Digo, não digo, conto, não conto…E avançei.
Então, ano 2004. Europeu de futebol, ‘desculpa’ magnífica para o país se promover, forte e feio, por essa Europa fora, tirando dividendos do campeonato.
Não queria falar do resultado da final, obviamente, mas da frase que Portugal escolheu para a campanha, e de como uma notícia negativa pôs, quase, tudo a perder.
Ora no mesmo dia em que estava orquestrado o início da campanha, por tudo o que era meio de comunicação social no Reino Unido, e na Alemanha, principais países emissores de turistas, sai uma reportagem, na consagrada revista ‘Times’, sobre o movimento "Mães de Braganca" em Portugal, as respectivas casas de alterne, e as prostitutas brasileiras.
Acontece, nada se pode fazer. O pior é que, a malfadada frase da campanha publicitária dizia o seguinte: ‘Portugal: where extra time is always the best part of the game’. Umas páginas mais à frente, o tal artigo da laterna vermelha...Interpretação à hooligan inglês: ‘Humm, depois do jogo, vamos às putas a Braganca’???... Tivemos azar, pois foi!!!
A turma esmoreceu a rir…