quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Animal farm

Enquanto assistia ao filme de animação'Animal Farm', e à mensagem poderosa que transmite (ou não fosse baseado no livro de George Orwell), pensava no mundo em que nasci e vivi. Na ganância pelo poder, que corrompe, no triunfo momentâneo dos porcos (que mais não são do que capitalistas selvagens), e na famosa frase de que somos todos iguais mas uns são mais iguais do que outros.
Lembrei-me que ouvi, tantas vezes, referências às minhas origens rurais. Era do campo porque nasci numa vila piscatória, não na capital. E isso, pelos vistos, e segundo as cabeças que me apontavam o dedo, fazia a diferença. Não carrego qualquer trauma, pelamordedeus, fui feliz na Ilha, e bem sucedida profissionalmente. Mas não deixo de pensar nestas referências, volta e meia. A cidade é a capital, e o resto é campo. As férias são no Porto Santo ou nas Canárias, e ao fim-de-semana vai-se à espetada e à poncha. Não era para mim suficiente, naquela altura, e nunca foi. Um dia talvez volte de vez, ou talvez nunca volte. Mas isso também não interessa. É tão bom não ter fronteiras, geográficas e mentais!

5 comentários:

  1. Eu não faço esse tipo de destinções e nunca me senti lesada por ter crescido numa aldeia perto de Lisboa. Nem sabia que isso acontecia!! Bjs

    ResponderEliminar
  2. Nao e' bem 'lesada', e' mais um 'apontada'. Mas no fundo no fundo ate' tem piada...lol

    ResponderEliminar
  3. Eu cresci numa pequena vila perto de Lisboa e aquando do divórcio dos meus pais, fui viver com os meus avós numa pequena aldeia no Alentejo mais profundo. Acredita que me sinto mais ligada emocionalmente a essa aldeia, aos seus cheiros, costumes e saberes, do que à grande cidade...

    ResponderEliminar
  4. Cheiros, os cheiros. Sao tao importantes. Beijinhos

    ResponderEliminar
  5. Eu também pensei que sabia, mas a vida mostrou-me que não sabia nada.
    No crepúsculo da infância jaz o dealbar do Homem, da força que nos impele pela inércia do momento crucial da partida. Uma criança não nasce condenada nem se esgota na tenra idade do seu ser. A infância sai da terra, fresca como o vento da montanha, pura como a neve mais branca. Um dia, a criança tornada homem arará a terra qual junta de bois, onde crescerá a vida que irá colher na velhice, ou mesmo no fim da sua vida útil. Muitas vezes essa terra é árida e só.

    ResponderEliminar