quinta-feira, 2 de abril de 2015

O Diário de Anne Frank

Lembro-me de ter adorado o livro 'O diário de Anne Frank', quando o li aos 16 ou 17 anos. Tenho em memória as emoções que me causou. 
Foi por isso que quando vi anunciado este workshop, com uma especialista em história do holocausto, fiz por ter a tarde de sexta-feira livre para poder me juntar ao grupo.
Acabei por me sentir uma infiltrada... Na sala, todos eram alunos ou professores catedráticos de Filosofia. Mas eram simpáticos e receberam-me muito bem. E, tal como tinha previsto, voltei a sentir emoções fortes. Lemos passagens do Diário, íamos parando para debater e reflectir, e dei o tempo por muito bem empregue. Tive a oportunidade de falar um pouco sobre o nosso cônsul, Aristedes Sousa Mendes, de quem a maioria nunca tinha ouvido falar.
E porque Páscoa é tempo de reflectir, deixo-vos com uma bonita passagem do Diário:

"É por milagre que eu ainda não renunciei a todas as minhas esperanças, na verdade tão absurdas e irrealizáveis.
Mas eu agarro-me a elas, apesar de todos e de tudo, porque tenho fé no que há de bom no homem. Não me é possível construir a vida tomando como base a morte, a miséria e a confusão. Vejo o Mundo transformar-se, pouco a pouco, num deserto; ouço, cada vez mais forte, a trovoada que se aproxima, essa trovoada que nos há-de matar; sinto o sofrimento de milhões de seres e, mesmo assim, quando ergo os olhos para o Céu, penso que, um dia, tudo isto voltará a ser bom, que a crueldade chegará ao seu fim e que o Mundo virá a conhecer de novo a ordem, a paz, a tranquilidade.
Até lá tenho que manter firme os meus ideais-talvez ainda os possa realizar nos tempos que hão-de vir."
          
                       Tua Anne             (Sábado, 15 de Julho de 1944)

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