quinta-feira, 29 de novembro de 2012

A Mónica na cidade

A Mónica - do blogue 'A Mónica na cidade' - escreveu um texto com o qual concordo em absoluto. Deixo aqui:

«coisas que me fascinam...  

Este é daqueles temas que quando eu falo tenho a distinta sensação de que as pessoas com quem esteja a falar, sejam homens ou mulheres, novos ou seniores, olham para mim com comiseração do "tadinha, é solteira..."

Mas asseguro-vos que os meus neurónios que, seguramente serão mais que 2, não conseguem ao fim de 36 anos de vida perceber o porquê de "isto" ainda acontecer. Ultrapassa-me, é-me incompreensível e, sinceramente, não encaixo.

As mulheres, por todo o mundo, com maior ou menor expressão, com maior ou menor igualdade de oportunidades, invadiram o mercado de trabalho, chegam a cargos de topo, desempenham funções de alto nível nos órgãos políticos, judiciais e militares dos seus países, estão em maioria nas universidades e com resultados académicos claramente mais relevantes. As mulheres decidem se querem filhos, ou quando os querem. 

Decidem se querem mais mamas, menos rabo, mais cabelo, ou cabelo de outra cor. 

As mulheres saem de casa dos pais, compram casa e vivem sozinhas. Viajam sozinhas, conduzem SUVs que quase parecem mini-TIRs. 

Saltam de para quedas por divertimento, saem à noite em grupo e seduzem estranhos para one night stand. Vão a sex shops e têm mais do que um vibrador, como quem tem mais do que um telemóvel. As mulheres experimentam com outras mulheres, com homens mais novos, com homens mais velhos, com homens que amam muito. 

As mulheres, tenham a idade que tenham, saem à rua, seguras de si, de calções curtos; de saltos altos que desafiam as leis físicas; de leggins justas; e camisolas com suaves decotes. Ou então saem com meia dúzia de trapos mal amanhados que misturam sem grande lógica nem grande preocupação.

As mulheres levantam-se cedo, dão de comer aos filhos, levam-nos à escola, vão ao ginásio, trabalham horas a fio, vão à massagem, à manicura, ou ao médico das crianças, voltam a casa para tratar do jantar, aninhar os lençóis aos pequenos e apreciar ou o silencio ou o mais-que-tudo. Ou então são workaholics de Blackberry colado à mão e trolley sempre pronto para entrar num avião.

As mulheres fazem isto tudo. São isto tudo. 

E quando optam / decidem / escolhem casar, mesmo assim, põem o apelido do marido no Cartão de Cidadão, como se fossem um vitelo borrego a ser marcado. Em quê esse apelido extra de possessão ainda é necessário como sinal de estatuto ou elemento distintivo de ser "alguém"?  

Ao fim de anos, décadas, séculos, porquê?»

5 comentários:

  1. Estou casada há 27 anos e não tenho o apelido do meu marido. Porque não quis. Porque não foi esse o nome que me deram e porque não passei a ser propriedade de ninguém só porque me casei. Já com os meus pais fois igual e os meus avós maternos também. Nem a minha avó materna, nem a minha mãe adoptaram o nome do marido. E eu echo muito bem.
    Inês

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  2. :) Eu tambem nao vejo qual 'e a necessidade. Beijinhos

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  3. Eu não tenho ideia nenhuma preconcebiada sobre este tema, gosto muito do meu apelido, pelo que o manteria sempre. Mas compreendo quem adopte o apelido do marido, querem tornar ainda mais evitente o amor que sentem? querem garantir que todos compreendem que está naquele casamento, com sentido de comprimisso? querem pertencer?
    Necessidade não existe, sobretudo em mulheres claramente independentes.

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  4. é verdade! eu qdo casei coloquei o apelido do marido mas se fosse hoje não o fazia.

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  5. Mariita: que bom te ver por aqui, concordo.

    Dri: eram outros tempos!

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