Li recentemente umas notas com o título ´Prosa Diário da Madeira', do poeta e jornalista brasileiro Nogueira Tapety. Foram escritas em 1915, e é muito curioso poder ler a visão de um brasileiro sobre a Madeira da altura, e ver referências às senhoras da Camacha, que lhe venderam flores, ao hotel Reids onde ficou instalado, e que era poiso sobretudo de ingleses, e ver descrita a beleza do Funchal.
Nogueira Tapety veio para a Madeira pelas mesma razões que trouxeram a imperatriz Sissi da Áustria, para tentar curar uma tuberculose. A fama do clima da Madeira era internacional, por ser considerado propício para ajudar na cura. E o poeta brasileiro teve realmente melhoras durante o período em que viveu no Reids.
As notas que escreveu não tinham um intuito literário, eram mais um diário e a intenção era guardá-las e usá-las mais tarde, numa obra que fizesse referência à ilha. Chegou a escrever poemas em que enalteceu a beleza da ilha.
As mulheres é que parece que não lhe despertaram interesse. Sobre isso escreveu: ''a mulher madeirense, da qual existem no jardim exemplares bem interessantes, apesar de não ser feia, não tem o encanto, a sedução, a graça, a vivacidade da brasileira. É um tipo morto, sem vibração e sem vida, de olhos apagados e inexpressivos''...
Será que a realidade mudou? Obviamente que não se pode generalizar. Li esta descrição a um conhecido da Madeira que disse ''infelizmente a maioria continua assim''... Embora contra mim fale, acho que concordo mais ou menos...
O documento é facilmente encontrado através de uma pesquisa google. Caso não encontrem, podem mandar-me um email para: penseiquesabia@hotmail.com e enviarei o texto.
Nogueira Tapety acabou por falecer da doença em 1918, tinha 27 anos...
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