Li recentemente uma notícia que dava conta da falta de qualidade do curso de engenharia civil, na Universidade da Madeira. Os bons professores catedráticos (com investigação e artigos publicados em revistas especializadas) iam sair, para outras universidades. Causas: o acesso ao curso ser ilimitado, logo atrai alunos que não têm arcabouço para obter o rendimento pretendido, e de muitos professores não terem a formação, nem a experiência necessária, para ministrar cadeiras.
Surpreendida? Nem um pouco. Aliás, a minha opinião é radical. Nao há muito tempo expressei-a a um governante. O que acho é que nem deveria de existir Universidade da Madeira. Que, por lei, todos os alunos deveriam ter a oportunidade de sair para fazer os cursos no continente, e os que não tivessem possibilidades fossem ajudados. E não é só por uma questão de qualidade mas também de formação pessoal, humana e de personalidade. Sair da ilha ajuda a abrir horizontes. Mesmo que se volte, depois do curso, já se volta diferente.
E sim, vivo neste planeta e sei que muita gente não teria oportunidade de estudar se não fosse para a UMA, mas daí a minha sugestão (surreal) de que esses alunos deveriam ter bolsas de estudo, que os ajudassem a ter uma vida digna, e fazer o curso com relativo desafogo. Aliás, em Portugal a maioria dos alunos só estudam. No Reino Unido e nos EUA, onde o ensino custa os olhos da cara, trabalha-se enquanto se estuda, para pagar as propinas. Fiz isso e só me fez bem.
Tenho amigos que se licenciaram na UMA, tenho amigos professores na UMA, estou a par das queixas. É o desempenho de professores, a desorganização dos cursos, a irrelevância das cadeiras etc etc etc. Claro que a UMA dá jeito a uns ressabiados que precisavam de canudo, a qualquer custo. E claro que tambem há pessoas com valor, em determinadas áreas científicas. Na engenharia informática, por exemplo, e segundo um amigo que frequentou o curso, os professores são experientes.
Mas então deveria ser esse o caminho. Apostar em poucas licenciaturas, mas com qualidade, em que a universidade pudesse vir a ser uma referência a nível nacional. Ou então, continua-se a alimentar a mentira colectiva, e a tapar o sol com a peneira (um hiato como diz uma amiga). O costume!!!
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