sábado, 8 de agosto de 2009

Quantidade ou qualidade?

Li recentemente uma notícia que dava conta da falta de qualidade do curso de engenharia civil, na Universidade da Madeira. Os bons professores catedráticos (com investigação e artigos publicados em revistas especializadas) iam sair, para outras universidades. Causas: o acesso ao curso ser ilimitado, logo atrai alunos que não têm arcabouço para obter o rendimento pretendido, e de muitos professores não terem a formação, nem a experiência necessária, para ministrar cadeiras.

Surpreendida? Nem um pouco. Aliás, a minha opinião é radical. Nao há muito tempo expressei-a a um governante. O que acho é que nem deveria de existir Universidade da Madeira. Que, por lei, todos os alunos deveriam ter a oportunidade de sair para fazer os cursos no continente, e os que não tivessem possibilidades fossem ajudados. E não é só por uma questão de qualidade mas também de formação pessoal, humana e de personalidade. Sair da ilha ajuda a abrir horizontes. Mesmo que se volte, depois do curso, já se volta diferente.

E sim, vivo neste planeta e sei que muita gente não teria oportunidade de estudar se não fosse para a UMA, mas daí a minha sugestão (surreal) de que esses alunos deveriam ter bolsas de estudo, que os ajudassem a ter uma vida digna, e fazer o curso com relativo desafogo. Aliás, em Portugal a maioria dos alunos só estudam. No Reino Unido e nos EUA, onde o ensino custa os olhos da cara, trabalha-se enquanto se estuda, para pagar as propinas. Fiz isso e só me fez bem.

Tenho amigos que se licenciaram na UMA, tenho amigos professores na UMA, estou a par das queixas. É o desempenho de professores, a desorganização dos cursos, a irrelevância das cadeiras etc etc etc. Claro que a UMA dá jeito a uns ressabiados que precisavam de canudo, a qualquer custo. E claro que tambem há pessoas com valor, em determinadas áreas científicas. Na engenharia informática, por exemplo, e segundo um amigo que frequentou o curso, os professores são experientes.

Mas então deveria ser esse o caminho. Apostar em poucas licenciaturas, mas com qualidade, em que a universidade pudesse vir a ser uma referência a nível nacional. Ou então, continua-se a alimentar a mentira colectiva, e a tapar o sol com a peneira (um hiato como diz uma amiga). O costume!!!

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