segunda-feira, 11 de abril de 2011

O atleta

Todos os dias tento sair de casa mais ou menos à mesma hora. A rotina da manhã, para apanhar o comboio, é também prenchida com um 'bom dia' a um desconhecido. Sou muito distraída. Normalmente vou a andar e a olhar para o chão. Ouvi, há umas semanas, um entusiástico 'Bom dia' quando caminhava.  Não sabia se era para mim, olhei e vi que era um homem, nos seus trinta e muitos, a fazer jogging matinal. Será que era para mim? É meu vizinho? Acho que não conheço...

No dia seguinte, passei por ele e não estava a olhar para o chão. Deu-me novamente bom dia e um sorriso e eu retribui, ambos. A partir daí, dia sem atleta nao é dia. Saio de casa e penso que daí a pouco vou encontrá-lo e cumprimentá-lo. Chegou a um ponto em que regulo se estou atrasada, ou não, tendo em conta o sítio onde o encontro. Se ainda estou muito perto de casa acho que estou atrasada, e acelero o passo. Se já vou a meio caminho está tudo bem. Nem admito que possa ser ele a estar atrasado ou adiantado. Entretanto, na sexta-feira disse-me bom dia, um óptimo dia e bom fim-de-semana. Same to you...E nada. 

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