quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Martin Luther King

Uma pessoa passa a vida toda a ouvir falar de Martin Luther King e do famoso discurso 'I have a dream'. Mas confesso que ler o discurso de fio a pavio era algo que nunca tinha feito. Conhecia algumas ideias, sabia umas coisas, mas nada que se compare a contextualizar o tempo e o discurso. Ando a ler uma pequena biografia do líder religioso e ontem chegou a essa parte, da famosa intervenção em Washington. King tinha preparado um outro discurso mas naquele dia sentiu que tinha que libertar o que lhe ia na alma. Deixou de lado os rascunhos e falou com o coração. Deixo aqui algumas das passagens que mais gostei:

«Vocês são veteranos do sofrimento criativo. Continuem a trabalhar com a fé de que um sofrimento injusto é redentor. 

Voltem para o Mississipi, voltem para o Alabama, voltem para a Carolina do Sul, voltem para a Geórgia, voltem para a Luisiana, voltem para as bairros de lata e para os guetos das nossas modernas cidades, sabendo que, de alguma forma, esta situação pode e será alterada. Não nos embrenhemos  no vale do desespero.

Digo-vos, hoje, meus amigos, que apesar das dificuldades e frustrações do momento, ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano. 

Tenho um sonho que um dia esta nação levantar-se-á e viverá o verdadeiro significado da sua crença: "Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens são criados iguais".

Tenho um sonho que um dia nas montanhas rubras da Geórgia os filhos de antigos escravos e os filhos de antigos proprietários de escravos poderão sentar-se à mesa da fraternidade.

Tenho um sonho que um dia o estado do Mississipi, um estado deserto, sufocado pelo calor da injustiça e da opressão, será transformado num oásis de liberdade e justiça.

Tenho um sonho de que os meus quatro filhos viverão um dia numa nação onde não serão julgados pela cor da sua pele, mas pela qualidade do seu caractér.

Tenho um sonho, hoje.

Tenho um sonho que um dia o estado de Alabama, cujos lábios do governador actualmente  pronunciam palavras como 'intervenção' e 'anulação da integração racial', que um dia seja transformado numa condição onde pequenos rapazes  negros, e raparigas negras, possam dar as mãos com outros pequenos rapazes brancos, e raparigas brancas, caminhando juntos, lado a lado, como irmãos e irmãs.»

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