sábado, 31 de julho de 2010
Para pensar...
Com a Internet disponível em todo o lado, e os telemóveis com acesso à rede, será que uma pessoa está alguma vez 'offline'?
sexta-feira, 30 de julho de 2010
Um 'must have'
Sempre fui fã das manteigas da Body Shop, é um facto. Uso-as há anos, e gosto de experimentar sempre as novas fragâncias, quando o cheiro me agrada, sobretudo de frutas exóticas. Esta manteiga de mirtilo é muito boa. Tornou-se uma das minhas favoritas. Não só hidrata como tem anti-oxidantes, e deixa a pele perfumada o dia todo!
quinta-feira, 29 de julho de 2010
quarta-feira, 28 de julho de 2010
5*
Gostaria de um dia viver num pais de primeiro mundo. Mas verdadeiro primeiro mundo, que a Inglaterra foi uma desilusao. Nao que me arrependa de ter mudado para ca', foi mesmo a melhor decisao que tomei, mas vinha com ideias muito erradas. Achava que era um pais de primeira linha, mesmo desenvolvido, com boas regalias sociais e estabilidade. Ora a economia e' forte, comparada com a portuguesa, mas este pais tambem e' burocratico e tem imensos problemas sociais. Primeiro mundo - dos que visitei - so' mesmo a Finlandia e a Suica. O Reino Unido e' o que eu chamo um pais 4*, Portugal um 3*. Destinos de sonho: Canada ou Australia. Ali, sim, vive-se bem!
Small things make me happy!
Domingo: final da tarde. Estava a andar pela rua e era um cheiro a churrasco, vindo de todo o lado... Neste país, desde que o sol dê um ar da sua graça a malta monta logo o churrasco, convida os amigos e aquilo é só copos, carnes grelhadas e muita sangria. Pois, só que eu, que não fui convidada para nenhum, fiquei com uma vontade de comer frango no churrasco, à moda portuguesa, que não conseguia esquecer. Fui à missa, voltei e continuava a imaginar o franguinho no prato. Solução: fui comprar um frango inteiro, temperei e assei no forno. Que delícia. Nunca tinha feito um frango tão bom. O segredo - para além das coisas normais como alho e caril - foi adicionar molho de cebola. Uma delícia. Fiquei toda orgulhosa do meu feito :)!
terça-feira, 27 de julho de 2010
BP
Tony Hayward, o chefe máximo da BP, a tal empresa que continua a causar o maior desastre ambiental que o golfo do Mexico tem memória, está prestes a aceitar uma rescisão milionária. Pagam milhões a um mau gestor para sair do projecto, um dos principais responsáveis pelos milhões de litros de petróleo depositados no mar nos últimos meses. Um gestor tábua rasa, daqueles que ganham um salário normal, se cometer um erro grave sai com o rabinho entre as pernas, e a reputação nas ruas da amargura. Nestas grandes empresas, e no governo, paga-se, a peso de ouro, para se livrar de escumalha pseudo-entendida na matéria. É o mundo em que vivemos...
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Jardins proibidos
Será assim uma missão tão difícil encontrar a versão original dos Jardins Proibidos? Lembro-me que quando ainda não muita gente conhecia a música em Portugal, e eu já adorava, a versão que passava era a roqueira do Paulo Gonzo, sem paneleirices e abrandamentos de sons, e muito menos Olavos Bilacs pelo meio (detesto o Olavo Bilac, como cantor obviamente). Já andei à procura dessa versão mais rock, só com o Paulo Gonzo, mas acho que só me resta mesmo comprar o CD e ver se está por lá. Tenho saudades de ouvir essa versão pré-novela pré-Olavo.
Por falar em Olavo, será que sou a única que não aprecia? É daquelas áreas blindadas (género dizer que não se gosta de Tony Carreira) em que sempre mantive a minha opinião para mim, não fosse ser atacada. Lembro-me que as minhas colegas adolescentes eram malucas pelo Bilac, achavam-no um pão. Eu, como não gostava da voz, e das poucas vezes que o vi em entrevistas achava que tinha um discurso/cultura geral tão pobre, nunca saí convencida.
domingo, 25 de julho de 2010
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Liz Hurley e as barrinhas
Cara Lizinha: Nos sabemos que es um mulherao, linda e super fresca mesmo depois dos 40, que agora que a carreira de modelo anda menos agitada estas a tentar encontrar formas de ganhar dinheiro, e expandir o negocio. Isso e' tudo valido. Imaginamos tambem que e' uma optima ideia viver no campo, produzir produtos biologicos para vender, que a linha de biquinis e' excelente e tudo e tudo. Mas era dispensavel, na minha modesta opiniao, publicitar a tua marca de barrinhas de cereais biologicos usando um poster com as mamocas de fora, e a trincar a dita barrinha... Para 'modelar' sim, mas para atrair publico 'a 'Holland and Barret' (um genero de 'Celeiro' ca' do sitio), talvez nao seja boa ideia. Digo eu, que nao percebo nada do assunto. Acho que os conceitos (modelo/comida biologica) podem se atropelar... Ou se calhar nao, e os gajos vao todos a salivar comprar barras. Mas continuo a achar que 'es um mulherao, vale?!
- P.S - Infelizmente nao encontro o dito poster para ilustrar ;)!
Baaaaaarrrrrrrrrggggghhhhh...
Ainda um dia destes voltei a lembrar-me do quão mau foi o SATC2. Meu Deus, que desilusão, que desgosto...Se é para ser tão mau, meninas não voltem! Prefiro voltar a ver a série toda, e rir-me com a Samantha/Carrie e companhia, do passado...
quinta-feira, 22 de julho de 2010
A maravilhosa viagem de Nils Holgersson
Comprei, recentemente, este grande livro cuja história fez parte do meu imaginário infantil. Quando os descobrimos em criança, sorvemos o conteúdo, aprendemos a lição e não exploramos o 'para além de'. Afinal a mente infantil é pródiga em desviar-se para outros assuntos, muito mais em dia e na moda.
'A maravilhosa viagem de Nils Holgersson', descobri mais tarde, foi escrito pela primeira mulher que recebeu o prémio nobel da literatura: a sueca Selma Lagerlöf. O livro foi uma encomenda do Ministério da Educação sueco para poder incluí-lo, como leitura obrigatória, no plano curricular. Selma Lagerlöf, que levava o seu trabalho muito a sério, fez uma extensa investigação sobre o país, características geográficas, tradições rurais, comportamento dos animais, etc etc, e em 1907 apresentou a obra. O livro foi, e continua a ser, um grande sucesso de vendas na Suécia. A mensagem é simples: a importância de respeitar os outros (animais incluídos) e de aprender as boas regras de relacionamento entre pais e filhos. O cenário é de aventuras, voando pelas regiões do país. O que eu (e a minha geração) tive foi a versão em desenhos animados. Foi um grande sucesso na altura, mesmo entre os adultos, e uma vez mais demonstra que as séries de animação podem não só difundir uma mensagem mas também instruir, aprendi imenso sobre a Suécia Quem é que não se lembra da musiquinha de abertura? Saudades do Nils. Adorava ter a série em DVD.
'A maravilhosa viagem de Nils Holgersson', descobri mais tarde, foi escrito pela primeira mulher que recebeu o prémio nobel da literatura: a sueca Selma Lagerlöf. O livro foi uma encomenda do Ministério da Educação sueco para poder incluí-lo, como leitura obrigatória, no plano curricular. Selma Lagerlöf, que levava o seu trabalho muito a sério, fez uma extensa investigação sobre o país, características geográficas, tradições rurais, comportamento dos animais, etc etc, e em 1907 apresentou a obra. O livro foi, e continua a ser, um grande sucesso de vendas na Suécia. A mensagem é simples: a importância de respeitar os outros (animais incluídos) e de aprender as boas regras de relacionamento entre pais e filhos. O cenário é de aventuras, voando pelas regiões do país. O que eu (e a minha geração) tive foi a versão em desenhos animados. Foi um grande sucesso na altura, mesmo entre os adultos, e uma vez mais demonstra que as séries de animação podem não só difundir uma mensagem mas também instruir, aprendi imenso sobre a Suécia Quem é que não se lembra da musiquinha de abertura? Saudades do Nils. Adorava ter a série em DVD.
quarta-feira, 21 de julho de 2010
Amigo/a da onca
Nao deve haver situacao mais desgracadinha, e pobrezinha, do que acompanhar o amigo famoso ao evento XPTO, beber, circular, cuscar, posar para a fotografia da revista cor-de-rosa e depois, ja' nas bancas, ver na foto a legenda que diz: fulano tal e o AMIGO, ou AMIGA. Ninguem sabe quem e', nem nunca vai saber. Era melhor nao sair...
terça-feira, 20 de julho de 2010
segunda-feira, 19 de julho de 2010
Tenho as minhas duvidas se e' de Fernando Pessoa, mas aqui fica...
Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá a falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
um oásis no recôndito da sua alma .
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo...
mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá a falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
um oásis no recôndito da sua alma .
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo...
sábado, 17 de julho de 2010
sexta-feira, 16 de julho de 2010
My favourite words at the moment are:
Shopping and travel. Which does not mean I am having any of it!
- P.S - Sleeping and a sandy beach should also be added to the list...
quinta-feira, 15 de julho de 2010
Cama, sono, praia, mar, sofa', almofada e tudo e...
Ontem levei uma massagem nas costas e ajudou imenso. Mas acho que so' mesmo uma semana de ferias para a coisa voltar ao lugar. Tou cansada, cansada, feliz mas cansada. Mas ao menos feliz!
quarta-feira, 14 de julho de 2010
Quentin Blake
terça-feira, 13 de julho de 2010
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Medicos vs Advogados
Se, por um lado, entendo a preocupacao dos licenciados em Direito sobre o aumento do numero de vagas nas faculdades, quando ha' muitos licenciados que nao conseguem colocacao profissional por saturacao do mercado, em relacao 'a medicina nao compreendo a histeria da ordem dos medicos. Obviamente que a abertura de mais vagas nos cursos deve ser estudada cuidadosamente, e aos novos medicos devem ser dadas garantias de estagios no servico publico etc, mas a ideia de que no futuro havera' medicos desempregados e' um bocadinho exagerada. E se houver, ao menos combate-se esse lobby fortissimo que sao os medicos, que por tantas vezes sao inflexiveis e pouco sensiveis 'as necessidades do cidadao comum. E se houver desemprego, meus filhos 'welcome to the real world'. Desemprego ha' em muitas outras 'areas, e os jovens arregacam as mangas, criam negocios, emigram, fazem-se 'a vida. Facam o mesmo. Nao vos vai fazer mal nenhum.
P.S - Lembra-me a velha historia que a malta muitas vezes esquece que tambem ha' maus medicos, e muitos.
domingo, 11 de julho de 2010
sábado, 10 de julho de 2010
sexta-feira, 9 de julho de 2010
Escrever uma tese
Quando se tenta ajudar, porque sabemos que a opcao tem grandes probabilidades de nao resultar, porque a experiencia esta' do nosso lado, e damos 1000 razoes pelas quais o projecto sugerido nao e' uma boa ideia, e ele insiste, insiste, insiste, insiste apetece dizer: entao rebenta com os miolos, parte a cara e chumba. Eu tenho paciencia, mas paciencia tem limites. Ele e' adulto e se chumbar vai repetir. Se nao quer ouvir a orientadora nao vou gastar mais o meu latim, ou ingles neste caso. Espalha-te ao comprido que e' para aprenderes...
Uma joia por esculpir
Tenho um colega de trabalho indiano, com o qual me dou muito bem, que e' de uma regiao no norte da India chamada Himachal Pradesh. E' um estado junto aos Himalaias, dos menos corruptos e com melhor qualidade de vida. A populacao deste estado e' tambem das mais educadas da India. Entre conversas e trocas de impressoes, que ja' duram ha' muito tempo, apercebi-me do meu quase total desconhecimento em relacao a este pais imenso. O convite para viajar pela India ja' surgiu, e cada vez que olho para estas imagens penso que pouco sabemos dos destinos menos obvios. A India e' enorme, com muitos estados, diferentes linguas e culturas. Como diz o meu colega, "vivo no norte e tenho amigos a viver em estados no sul, mas isso e' o mesmo que estar em Inglaterra e ter amigos a viver em Espanha, o pais e' mesmo muito grande". Da'-me uma alegria imensa estar sempre a constatar que ha' paises dos quais sei muito pouco. Reparem nestas imagens e digam la' se nao tem um que de Suica. Porque a India nao se esgota na pobreza, em Bollywood ou em Goa. Nem na comida picante. E ainda bem!
quarta-feira, 7 de julho de 2010
Atentado em Londres foi ha' 5 anos
Dia 7 de Julho de 2005. Sai de casa para o trabalho, felizmente nesse dia entrava mais tarde. Cheguei ao metro e estava fechado. Estranho. Tentei apanhar autocarro e nada. Tentei apanhar comboio e estava atrasadissimo. Dei-me de conta que toda a gente - tal como eu - ligava para o emprego para dar justificacoes. Uma hora mais tarde que o habitual consegui chegar. Ai apercebi-me da tragedia, do terror, do medo, da inseguranca, dos olhares perdidos, do atentado terrorista. Nao tinha apanhado o 'meu' percurso. Era ja' a segunda vez que escapava. Na primeira, em 2002, estava em Bali. Tinha decidido, ainda em Timor, que iria regressar 'a Europa no sabado e nao no domingo, como estava previsto no inicio. Mudei a viagem, estive duas semanas em Timor e, depois, quase uma semana em Bali. Deixei o hotel 'as 3 da tarde. Apanhei o aviao por volta das 6 ou 7, para Singapura. Quando aterrei em Amesterdao soube do atentado,. Na discoteca ao lado do meu hotel. O meu hotel foi ao ar, assim como quase toda a rua. Ter decidido regressar um dia antes salvou-me da explosao. E' assim a vida!
terça-feira, 6 de julho de 2010
domingo, 4 de julho de 2010
sábado, 3 de julho de 2010
Revistas
Acho piada às pessoas que experimentam as receitas que vêm nas revistas, e usam as amostras de cremes e perfumes etc. Eu devoro os artigos, leio as novidades ao nível da beleza e cremes mas nunca me lembro de experimentar os saquinhos ou mini-frascos de cremes e perfumes, muito menos experimentar as receitas. Passa-me ao lado :)!
sexta-feira, 2 de julho de 2010
O fado da estupidez, por Inês Pedrosa
O par facilitismo-economicismo está a arrasar o futuro do país.
Por estupidez ou perseverança - que estão a tornar-se sinónimos, e não é por culpa do medíocre e empolado acordo ortográfico, porque no Brasil a perseverança tem sido o contrário da estupidez - aguardo o dia e a hora em que Portugal se decidirá a fazer contas ao seu grande tesouro nacional: a cultura. Os chineses podem exceder-nos na produção de têxteis ou de sapatos. No virar do milénio dizíamos que os venceríamos pela "qualidade". Pela "qualidade", isto é, pela melhor selecção dos materiais, pelo rigor nos acabamentos, pela criatividade e ousadia dos modelos, já muitos outros países nos tinham ultrapassado. Agora, os chineses estão também a afinar-se nesse capítulo. Claro que o modelo económico chinês não pode ter futuro - a tê-lo, isso significaria o fim da espécie humana. O capitalismo desenfreado, seja na versão ditatorial (que é a da China) ou na mais rasa das versões democráticas (a do salve-se quem puder, que os Estados Unidos estão a corrigir e que o Japão ainda não percebeu que é fatal) redunda em níveis tóxicos de injustiça social, desespero e morte. O que Portugal tem de único a oferecer ao mundo é claríssimo: a força do seu património cultural. Isto mete-se pelos olhos dentro de qualquer estrangeiro que nos visite - além do clima e da paisagem. Perguntam por livros, esses estrangeiros, coitados: querem, imaginem, comprar álbuns com boas fotos e textos sobre as nossas jóias museológicas, e não os encontram. Querem pagar visitas guiadas que não existem à Lisboa de Pessoa. Querem gastar o dinheiro deles em memórias nossas - mas nós não queremos. Querem entrar no Pavilhão de Portugal do Siza, dizem-lhes que está vazio, ou seja, em degradação, desde finais de 1998 - há 12 anos, 12 anos, senhores - e eles não acreditam. "Why?" - perguntam. Todos os dias me defronto com inúmeros why? que deixam embaraçada. Respondo: "É assim que o país funciona" e eles olham-me como se fizesse parte de uma seita de doidos sem remissão. Todos fazemos parte, queiramos ou não. É o árduo custo do patriotismo. Se ocupássemos o Pavilhão de Portugal, isso não seria considerado um acto patriótico, pois não? Talvez, se não vivêssemos na dita democracia - seria até um acto heróico. Mas dizem-nos que vivemos democraticamente, sim - por causa da liberdade de expressão, deve ser. Começo a pensar coisas terríveis: por exemplo, que a liberdade de expressão, só por si, é pouca coisa. Quem ganha 500 euros por mês, que espécie de liberdade tem? How?
Fazemos estudos e mais estudos - e nunca se vêem consequências práticas desse estudos. Aquela história de a Língua Portuguesa valer 17 por cento do PIB, que consequências tem? António Luís Vicente, subdirector da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, fazia, no "Público" do passado dia 10, uma sugestão inteligente: que o Instituto Camões abra centros de ensino da Língua em pontos centrais de cidades estratégicas. Esses centros, acrescenta, poderiam ser autossustentáveis - não se trataria aí de oferecer cursos (como o Instituto Camões já faz, e bem, em inúmeras universidades e escolas por esse mundo) mas de os pôr à disposição do público normal, pagando - como fazem o Instituto Britânico ou a Alliance Française.
Mas a França é a prova de que também não basta ter esses centros. O espanhol está a substituir o francês como segunda língua estrangeira nas escolas, a uma velocidade desgraçada. Deixemo-nos de tretas: qualquer português percebe o espanhol e é capaz de ler um livro espanhol, sem ter aprendido a língua. Mas há um discurso de ataque em curso aos pais dos meninos, dizendo que "aprender espanhol a sério" é fundamental para que os infantes possam ter futuro nas universidades espanholas. Lérias: já há uma geração de portugueses que nunca aprendeu espanhol na escola a formar-se em medicina em Espanha. É muito mais difícil ir para a Sorbonne sem, de facto, ter aprendido francês. O que move estes discursos é o par facilitismo-economicismo, os valores dominantes que estão a cegar demasiados olhos e a arrasar o país. Não se "vende" uma língua só por causa dos negócios. Os americanos que aprendem português fazem-no pelo fascínio que sentem pela música e pela escrita dos brasileiros. Da música e da escrita de Portugal conhecem apenas dois nomes: Amália e Pessoa. E nem esses Portugal sabe exportar. Tudo isto é triste, e nem sequer é fado.
In jornal Expresso...
Por estupidez ou perseverança - que estão a tornar-se sinónimos, e não é por culpa do medíocre e empolado acordo ortográfico, porque no Brasil a perseverança tem sido o contrário da estupidez - aguardo o dia e a hora em que Portugal se decidirá a fazer contas ao seu grande tesouro nacional: a cultura. Os chineses podem exceder-nos na produção de têxteis ou de sapatos. No virar do milénio dizíamos que os venceríamos pela "qualidade". Pela "qualidade", isto é, pela melhor selecção dos materiais, pelo rigor nos acabamentos, pela criatividade e ousadia dos modelos, já muitos outros países nos tinham ultrapassado. Agora, os chineses estão também a afinar-se nesse capítulo. Claro que o modelo económico chinês não pode ter futuro - a tê-lo, isso significaria o fim da espécie humana. O capitalismo desenfreado, seja na versão ditatorial (que é a da China) ou na mais rasa das versões democráticas (a do salve-se quem puder, que os Estados Unidos estão a corrigir e que o Japão ainda não percebeu que é fatal) redunda em níveis tóxicos de injustiça social, desespero e morte. O que Portugal tem de único a oferecer ao mundo é claríssimo: a força do seu património cultural. Isto mete-se pelos olhos dentro de qualquer estrangeiro que nos visite - além do clima e da paisagem. Perguntam por livros, esses estrangeiros, coitados: querem, imaginem, comprar álbuns com boas fotos e textos sobre as nossas jóias museológicas, e não os encontram. Querem pagar visitas guiadas que não existem à Lisboa de Pessoa. Querem gastar o dinheiro deles em memórias nossas - mas nós não queremos. Querem entrar no Pavilhão de Portugal do Siza, dizem-lhes que está vazio, ou seja, em degradação, desde finais de 1998 - há 12 anos, 12 anos, senhores - e eles não acreditam. "Why?" - perguntam. Todos os dias me defronto com inúmeros why? que deixam embaraçada. Respondo: "É assim que o país funciona" e eles olham-me como se fizesse parte de uma seita de doidos sem remissão. Todos fazemos parte, queiramos ou não. É o árduo custo do patriotismo. Se ocupássemos o Pavilhão de Portugal, isso não seria considerado um acto patriótico, pois não? Talvez, se não vivêssemos na dita democracia - seria até um acto heróico. Mas dizem-nos que vivemos democraticamente, sim - por causa da liberdade de expressão, deve ser. Começo a pensar coisas terríveis: por exemplo, que a liberdade de expressão, só por si, é pouca coisa. Quem ganha 500 euros por mês, que espécie de liberdade tem? How?
Fazemos estudos e mais estudos - e nunca se vêem consequências práticas desse estudos. Aquela história de a Língua Portuguesa valer 17 por cento do PIB, que consequências tem? António Luís Vicente, subdirector da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, fazia, no "Público" do passado dia 10, uma sugestão inteligente: que o Instituto Camões abra centros de ensino da Língua em pontos centrais de cidades estratégicas. Esses centros, acrescenta, poderiam ser autossustentáveis - não se trataria aí de oferecer cursos (como o Instituto Camões já faz, e bem, em inúmeras universidades e escolas por esse mundo) mas de os pôr à disposição do público normal, pagando - como fazem o Instituto Britânico ou a Alliance Française.
Mas a França é a prova de que também não basta ter esses centros. O espanhol está a substituir o francês como segunda língua estrangeira nas escolas, a uma velocidade desgraçada. Deixemo-nos de tretas: qualquer português percebe o espanhol e é capaz de ler um livro espanhol, sem ter aprendido a língua. Mas há um discurso de ataque em curso aos pais dos meninos, dizendo que "aprender espanhol a sério" é fundamental para que os infantes possam ter futuro nas universidades espanholas. Lérias: já há uma geração de portugueses que nunca aprendeu espanhol na escola a formar-se em medicina em Espanha. É muito mais difícil ir para a Sorbonne sem, de facto, ter aprendido francês. O que move estes discursos é o par facilitismo-economicismo, os valores dominantes que estão a cegar demasiados olhos e a arrasar o país. Não se "vende" uma língua só por causa dos negócios. Os americanos que aprendem português fazem-no pelo fascínio que sentem pela música e pela escrita dos brasileiros. Da música e da escrita de Portugal conhecem apenas dois nomes: Amália e Pessoa. E nem esses Portugal sabe exportar. Tudo isto é triste, e nem sequer é fado.
In jornal Expresso...
Apetece dizer, meta-se na sua vida!
E' verdade que a sopa faz bem, e' saudavel e muito melhor do que comer 'fast food'. Mas a sugestao da ministra da saude cai mal. Cada um sabe o que faz com o seu dinheiro, e onde o gasta, e se preferem comer sopa na rua ou em casa, senhora ministra, ou substitui-la por um hamburger, a senhora nao tem nada a ver com isso. E se o pais ja' chegou a este ponto, parece que qualquer dia os portugueses estao de prato e colher 'a porta do governo, a pedir pao para matar a fome.
quinta-feira, 1 de julho de 2010
Tradicao
Foi preciso emigrar para descobrir que, na Madeira, o atum em escabeche e' um prato tipico de Sao Joao. Nunca tinha ouvido falar. Como atum todo o ano, sobretudo os tipicos bifes de atum com molho de vilao, tao bom. E vai bem com milho quente, o prato da Venezuela que e' tambem tao madeirense. Nunca e' tarde para aprender, certo?
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